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Foto do escritorConcierge de Viagem by Fernanda Cecco

Alentejo e Galicia, joias escondidas da península Ibérica que não podem ser esquecidas

Atualizado: 1 de out.



Em marco desse ano me reuni com várias pessoas na região do Alentejo e da Galicia, e durante as reuniões me convenci que tinha que tirar uns dias para explorar tudo que me mostraram. Foi o que fiz nesses dez dias.

 

Nos últimos três meses me dediquei a estudar a região, sempre buscando além do obvio, já que nosso objetivo e sempre surpreender nossos viajantes com lugares e experiencias diferentes, tornando a viagem mais interessante, alem do que todos fazem e oferecem.


Cada vez mais temos que ter muito cuidado com as informacoes obtidas na internet, sejam em blogs de hoteis, prestadores de servicos de viagem ou ate mesmo influencers que constantemente postam suas viagens na rede para seus leitores e seguidores, por um simples motivo: nem sempre o que lemos ali e a real. Ja constatei isso dezenas de vezes nos meus 35 anos de turismo, e cada vez mais me convenso que a unica maneira de experimentar e avalizar o que oferecemos aos nossos viajantes, e experimentar "in loco". Claro que nao da para conhecer o mundo todo, bem que gostaria, mas o principal e mais importante e nos cercarmos de parceiros honestos, cumplices da busca da perfeicao nos servicos que prestamos aos que depositam em nos a responsabilidade de aplicar bem seus desejos de uma viagem inesquecivel e experiencias que agreguem valor e atendam nossos desejos.


Por isso, valorizo muito essas incursoes mundo afora, mais acima de tudo estar cercados de profissionais que compartilham nossos pensamentos e desejos. Embarque comigo em mais essa viagem!

 

Embarcamos num voo direto de São Paulo para Lisboa, chegando pela manhã e já se deslocando ate o Alentejo em carro. Fiz a locação na locadora Sixt, que me surpreendeu de forma positiva em alguns pontos, porém negativamente no que diz respeito a segurança da transação da locação, pois como de praxe, sempre que locamos um carro nos deixamos um cartão de crédito para extras, e justamente ai clonaram meu cartão – coincidências ou não, logo que sai da locadora, o cartão que deixou começou a ser usado para operações de compras na Europa. Ainda bem que temos o antifraude, que me alertou e na mesma hora bloqueei o cartão. Ai você vai perguntar, e qual foi a experiencia positiva? Veja mais abaixo, já que fiquei satisfeito com a solução dada para meu problema.

 

Carro retirado no aeroporto de Lisboa, dirigi uma hora numa estrada ótima ate o Alentejo, onde nosso destino era o Hotel L’ And , um Relais Chateaux super charmoso entre os vinhedos próximo a Monte mor e as sete colinas.

 


A região do Alentejo, em Portugal, é conhecida por suas paisagens deslumbrantes, rica cultura e deliciosa gastronomia com um destaque especial para a parte histórica nas cidades abaixo:

  • Évora: Patrimônio Mundial da UNESCO, com a famosa Capela dos Ossos e o Templo Romano.

  • Beja: Explore o castelo e o centro histórico.

  • Monsaraz: Uma vila medieval com vistas espetaculares sobre o Lago Alqueva.

 


Claro que além da história, outros atrativos despertam e nos deixam mais aguçados, como a gastronomia, as belas paisagens naturais e as tradições locais que são muito parecidas com as nossos do Brasil. Confira um pequeno relato da impressão que tive.

 

Gastronomia

  • Experimente pratos típicos como a "açorda", "migas" e o "porco preto".

  • Visite vinícolas para degustação de vinhos alentejanos, como os da região de Vidigueira e Alqueva, mas esse abordarei com mais detalhes uma vinícola que amei e que recomendo com olhos fechados, fora do obvio mais que tem conquistado premios e se destaca na Europa hoje.

  •  

Natureza

  • Parque Natural do Vale do Guadiana: Ideal para caminhadas e observação de aves.

  • Lago Alqueva: Perfeito para atividades aquáticas e passeios de barco.

 

Cultura e Tradições

  • Participe de festivais locais, como as festas de São Martinho e a Feira de São João.

  • Visite artesãos que produzem cerâmica e têxtil.


Atividades ao Ar Livre

  • Caminhadas e passeios de bicicleta pelas muitas trilhas da região.

  • Observação de estrelas no Lago Alqueva, conhecido por seu céu limpo.

 

Voltado ao hotel que me convidou para esses dias na região, o L’ And e um hotel que nasceu para surpreender e que ate então tinha foco na celebração de casamentos e eventos especiais, tendo sua ocupação sempre completa com esses segmentos, mas a pouco vem conquistando os viajantes que buscam por um atendimento de excelência e por apartamentos e villas incríveis que nos deixam a vontade, como em nossa casa longe de casa e um time incrível que nos recebe de forma calorosa e sempre receptiva.

 

Meu apartamento ficara junto aos vinhedos, próximo a piscina do hotel, com fundo infinito e vista para as sete colinas da cidade e ao lago, que trazia uma paz de espírito e ao mesmo tempo nos convidava para um passeio de caiaque e stand up no fim de tarde.

 Super bem instalado, meu hostess e gerente do hotel, Gonçalo mostrou todas as facilidades da suíte, mas o que me conquistou foi o teto em vidro com vista para as estrelas, justamente no ambiente da cama de casal – claro que a noite favoreceu e dormir sob a luz das estrelas foi delicioso, além de ter me energizado da viagem e me preparado para uma semana intensa de atividades, mas antes disso, claro que tivemos um perrengue básico

 

Logo após o almoço fui explorar Evora, localizada a 10 minutos dali, mas logo que chego na cidade, o alarme do painel do carro acusava que os pneus estavam com pressão baixa. Bora ate um posto de gasolina ver o que acontecia, mas chegando la me deparei com um pneu no chão literalmente. Paramos no borracheiro, tiramos o pneu e la já constatamos que não havia como trocar, pois o carro não trazia estepe e o pneu danificado estava rasgado, não havendo possibilidade de correção. Perrengue dos bons. Ligamos para a locadora, que essa acionou o reboque que levou o carro embora, Estávamos a pe rsrsrs. Como quem tem amigos, nunca ficam na mao, o Gonçalo que estava comigo e era meu hostess naquele dia, acionou sua santa noiva, Raquel, que nos deu uma carona de volta ao hotel.

 

Nesse meio tempo, acionamos a locadora com a ajuda da Fernanda, que ficou no Brasil, e ate o fim da noiote ja tinhamos a solucao para nosso problema com o carro. Na manha seguinte seria entregue outro carro no hotel, para que nao ficasse a pe, claro, mas que pudesse cumprir o itinerario que desenhamos para aquela regiao, sem sermos prejudicados.


Super simpática, nos deixou por la e já para não perder o ritmo, sentamo-nos para um jantar mais que especial no restaurante gastronômico do hotel, MAPA. Foi uma viagem gastronômica e harmonizada pelos sabores da região numa sequência se sete pratos deliciosos, e preparados especialmente para mim, uma vez que tenho algumas restrições, o que fez o chefe criar do zero três dos sete pratos – uma experiencia imperdível para quem se hospedar por la. Fim de noite, e louco por um descanso, o primeiro dia foi finalizado com imprevistos, muita emoção, mas com uma experiencia gastronômica única.



Já pela manhã, no 2º dia de viagem, partimos para explorar o centro histórico de Evora, visitando cada esquina da cidade murada, degustamos iguarias dos bares locais e escolhemos para almoçar o delicioso porco com miga, um prato muito bem preparado e delicioso.  Como meu objetivo da viagem era sair da caixa, dali fomos visitar uma das vinícolas mais tradicionais da região, a Cartuxa, onde degustamos alguns vinhos com a assistência do Joao, enólogo, nos direcionando e harmonizando ada um dos sete rótulos por uma viagem deliciosa aos sentidos.

 


Feito um check por la, partiríamos para uma imersão sensorial para uma das vinícolas que tem conseguido um destaque no mercado europeu, além de ter conquistado vários prêmios com seus vários produtos e forte presença no mercado, além de um enólogo e proprietário audacioso e criativo, resultado de vinhos únicos – a Fita Preta.

 

Em meio a vinhedos maravilhosos, essa vinícola foi construída em meio a ruinas num edifício medieval de 1306.

A herdade da Fitapreta Vinhos começou a erguer-se no final do século XIV, mas sofreu alterações ao longo dos séculos, sobretudo durante o século XIX, altura que a família Saldanha tomou conta do edifício. A profunda investigação histórica e arqueológica que tem sido feita sobre o local, a pedido de António Maçanita contém, segundo o mesmo, o primeiro documento em Évora que fala de regras aplicadas à vinha e ao comércio do vinho, redigidas por Martinho de Oliveira, Morgado deste paço à época. 

 

Fui recebido pela gerente do enoturismo da vinícola, muito simpática e prestativa, que me levou para fazer uma visita completa pela produção e pelas adegas, cheias de vinho envelhecendo e outros sendo engarrafados. Em meio a visita, por ser um edifício histórico e antigo, conheci um pouco da história e vi varias áreas em um processo de revitalização de afrescos e de investigações arqueológicas, uma vez que ainda há no local uma antiga capela em revitalização de afrescos do século 14, bem como outras partes já revitalizadas e preservadas para manter a historia e a importância arqueológica do local.

 


Hoje, a Fita Preta começa a receber viajantes para seu mais novo restaurante, além das tradicionais degustações na loja da vinícola, o que fizemos com louvor, degustando 15 rótulos, onde cada um era uma surpresa em questão de aroma, cor e paladar. Realmente a fama faz jus aos produtos produzidos por eles.

 

Logico que sai dali com uma caixa cheia de vinhos incríveis – não deu para não comprar!

 

Hora de voltar para o hotel e preparar a mala para nosso próximo destino, logo ali em cima na península Iberica. Na manha seguinte, as 06h15 meu voo partia para Santiago de Compostela, via Madrid. Uma rápida conexão de voo, me separava de um dos lugares que a muito tempo queria conhecer, não so pela curiosidade espiritual, mas também pela histórica, afinal de contas a Galicia e uma das regiões poucos exploradas e faladas no Brasil, e fui ate la para descobrir suas joias e trazer para nosso portifólio o que os demais ignoram ou esquecem de mencionar como um dos lugares mágicos para se visitar na Espanha,

 

No ano passado já havia estado em outra região incrível, que tinha uma conexão com Santiago, mas agora com os dois lados conectados por incríveis fatos históricos desde o século 3 A.C, a região se tornou mais magica ainda.

 

Rica por sua farta oferta gastronômica marítima, a costa galega e um dos berçários dos melhores mariscos, ostras e peixes da região, famoso por sua produção de enlatados e mariscos frescos, exportam para a Europa toda sua iguaria única e especial.

 

Chegando em Santiago, depois dessa rápida conexão em Madrid, me dirigi a outra joia local, também da Relais Chateaux, o Quinta da Auga, uma antiga edificação do século 19 abrigava uma fábrica de papeis que fora comprara por um casal audacioso que transformaram um edifício em pedra em uma casa longe de casa, com fortes características medievais, porém com uma áurea e alma em cada detalhe da propriedade.

 


Um pedagogo e uma arquiteta visionaria, a simpática Sra Luiza, empreenderam na transformação de uma papeleira num hotel que a partir de então, se tornaria um marco na região.  Foram mais de cinco anos de recuperação e muito trabalho, muita pesquisa e investimento de conhecimentos técnicos aplicados num sonho para oferecer aos viajantes que ali visitariam um ambiente acolhedor, rico e com uma alma sentida no momento em que se chega.

 

Fui recebido pela responsável comercial, a Mar, uma galega cheia de alegria, sorriso no rosto e simpatia saindo pelas ventas, que logo me saludou e me desejou estar em casa.

 

Acomodado num terceiro piso, lindo com uma vista para a mata em volta, me dediquei a me preparar para as atividades na região, anotando o que faltava por no itinerário mas ao mesmo tempo alinhando as visitas com o Pablo, nosso receptivo local que foi responsável pela minha programação para aqueles dias.

 

Teria 3 dias inteiros para visitar a Galicia, ou seja, as três principais cidades da região, por isso tínhamos que alinhar tudo para que nada ficasse para tras. Nesse mesmo dia, sábado, fui convidado pela simpática Luiza a jantar com ela no hotel, as 20h30.  No horário marcado conheço essa simpatia de pessoa, óculos redondos estilo Harry Potter na cor azul, cabelos brancos acinzentados e um humor incrível. Foi aquele click automático na minha cabeça que sempre acontece quando nos deparamos com pessoas com a nossa vibe e gostos, alem de uma historia de vida que me deixou envolvido no assunto. Admiravel como as pessoas criam forcas do fundo da alma e do coracao quando tem objetivos claros. Esse era um exemplo super claro disso.


Fomos a mesa e de la embarquei numa viagem histórica daquela pessoa incrível que me recebeu em sua casa. Um simples jantar se transformou numa lição de história, gastronomia e de empreendedorismo de uma pessoa apaixonada pelo que faz, fez e fara. Ali pude identificar a ALMA que senti quando cheguei naquele hotel.  Cada cor de parede, cortinas, moveis, talheres tinham o dedo dela, e nada passava.

Do cardápio do restaurante, provamos de tudo um pouco, sempre com uma explicação do porque aquilo estava no cardápio, da preocupação com a qualidade e com o sabor regional.

Foi um jantar de quase quatro horas relâmpago, com direito ainda a entrar de penetra na festa de casamento que acontecia no salão de festas do hotel (no bom sentido)!

 

Na manha seguinte, estaria com a Nuria, uma guia do time do nosso parceiro local da Galicia, Pablo, que nos apoiou em tudo para que conseguissemos explorar a Galicia e conhecessemos o que eles tem de melhor. Tambem e um daqueles casos de parceria perfeita. Fomos apresentados por uma amiga em comum, Maria Ferrer, que fez essa ponte entre as duas empresas e que desde marco trocavamos ideias e analisavamos as melhores atracoes, rotas e caminhos para podermos explorar a Galicia genuina e autentica, longe dos achismos e dos cliches turisticos comuns de varios sites e guias.


Bem cedinho, minha guia me aguardava para começarmos nossa jornada pela cidade da A Coruna e Padron, cidade onde esta a igreja de mesmo nome  e como parte do caminho peregrino encontra-se a pedra onde dizem que  foi amarrado o barco onde chegou os restos mortais do apostolo Tiago no século 1. No caminho de Santiago ate Padron, 30 minutos, já notava-se dezenas de peregrinos em sua jornada.

 


Casais jovens, de meia idade e idosos, grupos de amigos, pessoas sozinhas, bem-vestidas e outras nem tanto, caminhando por uma causa ou objetivo, religioso ou não, mas com um so objetivo – chegar a catedral de Santiago.

 

Claro que fiquei aguçado e queria fazer parte daquilo, nem que fosse por alguns quilômetros, e la fui eu. Caminhamos uma hora junto dos peregrinos, trocando ideia e entendendo o que os motivava a estarem ali – cada resposta ou sentimento me surpreendia – não era apenas religioso, mas sim uma busca por autoconhecimento, de si mesmo e também de bem estar – 20, 30, 35km por dia, caminhando sob o sol, mas protegidos por um desejo de se conhecerem, de aprenderem a se respeitar como pessoas, família e ate mesmo equipe de trabalho. Me fez pensar no simples – nos que vivemos naquele ritmo frenético de cidade grande, não paramos para apreciar o simples. Buscamos uma fuga para o que não nos faz bem, buscamos terapia e ajuda medica entre outras coisas, mas ali pude perceber que as vezes o simples, e a resposta para o que estamos passando. Parar, ouvir nossa respiração e compartilhar experiencias basta para nos sentirmos melhor.

 

Nesse trecho cheguei ao Paco do Faramello, uma construção as margens do caminho português do século 18, antiga residência da família Piombino, esse local abriga um acervo incrível de história e de costumes da região, onde ate hoje membros da família recebem visitantes para mostrar sua capela, fabrica de papel e antigas construções que apoiavam os que por ali passavam.

 

Dali partimos para A Coruna, onde almoçamos no centro histórico da cidade – Praca Maria Pita para depois seguir para a estrela da região que leva o mesmo nome, a fábrica da cerveja Estrela Galicia. Eles recebem viajantes para fazer três tipos de visitas as suas instalações, todas com horário marcado, podendo ser apenas visita a fábrica ate a degustações e harmonizações com queijos da região. Vale a pena! Muito interessante.

 


O fim do dia se aproximava e ainda tínhamos muito que ver na cidade que fora a entrada dos romanos na península ibérica – visitamos a Torre de Hercules, farol que hoje sinaliza para os navios que ali passam, mas também o Monte San Pedro no alto da montanha com uma vista linda da cidade.

 


De volta a Santiago, preparamos o dia seguinte, onde visitamos a cidade de Vigo, antiga cidade pesqueira responsável pela criação de mexilhões em várias plataformas marítimas na costa. Claro que sendo algo tao significante para a região, embarcamos numa embarcação do século 19, uma Goleta construída em madeira para navegar pela Ria de Vigo – as rias são uma espécie de “braços de mar” que avançam continente adentro, tornando aquele estuário propicio e rico de características para a fauna marinha.

Hoje existem mais de 400 “plataformas” espalhadas na região que são responsáveis por quase 90% da produção de mariscos da região e que a cada 18 meses se renovam. Curioso e imperdível para os amantes dos frutos do mar.

 


O dia ainda não tinha terminado – após o almoço seguimos rumo a fronteira portuguesa, para visitar uma das vinícolas boutiques mais icônicas da região, a Quinta Couselo no Rosal. Recebidos pela Mariana, conhecemos a importância daquela Quinta desde o século 12, afinal de contas ele ficava em meio ao caminho das peregrinações que vinham de Portugal e por diversas vezes era usado como parada para os Monges que se deslocavam entre as cortes portuguesas e espanholas, rumo a Santiago.

 


Ainda explorando as ruinas romanas do século 4, perto dali fomos conhecer os Castros de Santa Trega, antigas construções em pedra que serviu de moradia para os viajantes da época, localizados sob o monte que leva o mesmo nome e com uma vista para o rio Minho e Portugal. Realmente lindo, paisagens únicas que nem mesmo a foto consegue transmitir. Pegamos estrada de volta a Santiago, afinal, no último dia por la, finalmente exploraríamos Santiago,

 

Meu hotel ficava a cinco minutos do centro histórico de Santiago, mas marquei de me encontrar com minha guia, Nuria ali cedinho. As 9h, partimos para o centro histórico, que já cedo estava lotado de visitantes e peregrinos em sua jornada final rumo a catedral.  Me senti na Escocia (Edimburgo) – um centro histórico cheio de construções so século 17, 18 e 19, muito bem preservados, em pedra, ruas estreitas, vielas que se embrenhavam por todas as partes, casas com aquelas portas em madeira maciça enormes, pesadas, típicas dos castelos que estudamos da idade media. Um charme.

 

Claro que por ser a etapa final dos mais de 3 mil peregrinos que fazem o caminho todo mês, a cidade tem uma importância enorme na região, pois reúne um acervo incrível arquitetônico da idade media, bem como um dos santos mais icônicos da religião católica ali sepultado (seus restos mortais).

 

A lenda conta que, após a morte de Santiago, seus discípulos levaram seu corpo para a Galícia, onde foi enterrado. No século IX, um eremita chamado Pelayo teve uma visão que o levou a descobrir a tumba, o que levou à construção de uma capela e, posteriormente, de uma catedral.

 

Desenvolvimento Medieval

A partir do século XI, Santiago de Compostela tornou-se um dos principais centros de peregrinação da Europa, junto com Jerusalém e Roma. A cidade cresceu rapidamente, com a construção da nova catedral em estilo românico, que foi concluída em 1211. O Caminho de Santiago, uma rota de peregrinação que leva até a cidade, começou a ser amplamente percorrido, atraindo peregrinos de diversas partes da Europa.

 

Renascimento e Barroco

Durante os séculos XVI e XVII, a cidade experimentou um florescimento cultural e artístico. A catedral foi ampliada e adornada em estilo barroco, e Santiago tornou-se um centro de aprendizado e cultura, com a fundação da Universidade de Santiago de Compostela em 1495.

 

Séculos XIX e XX

A cidade passou por diversas mudanças políticas e sociais, especialmente durante a Guerra Civil Espanhola, que afetou profundamente a Galícia. No entanto, o renascimento do turismo e a revitalização do Caminho de Santiago nas últimas décadas do século XX trouxeram um novo fluxo de peregrinos e visitantes.

 

Patrimônio e Cultura

Hoje, Santiago de Compostela é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e a catedral é um dos principais pontos turísticos da cidade. A cidade é conhecida por sua arquitetura histórica, suas festas tradicionais e sua culinária, que atraem turistas de todo o mundo.

Santiago de Compostela continua a ser um símbolo de fé e espiritualidade, além de um importante centro cultural e turístico na Espanha.

 


Claro que estando em Santiago não podemos deixar de visitar os telhados da catedral que desde 2021 receberam um reforço estrutural que permite que visitemos a catedral de cima, apreciando suas belas paisagens e a cidade logo abaixo.



Santiago e uma cidade incrivel, cheia de charme, historia mas acima de tudo receptiva. Nao importa a tribo que voce seja, a cidade te espera de bracos abertos. Nao importa sua idade, proposito ou nacionalidade, Compostela estara sempre te esperando para que voce descubra seus rincoes, joias escondidas, cores e sabores, afinal de contas, voce tambem se apaioxonara como eu.


Agora se voce quiser experimentar peregrinar, vale muito a pena. Tive uma conversa com um casal de peregrinos mais senior, Jack e Stefanie de Londres. Tinham 76 e 73 anos, tinham como objetivo nessa jornada se reconectarem. Nao estavam fazendo o caminho frances, que tem cerca de 1.100km nem o portugues que tem cerca de 890km. Eles optaram por comecar a caminhada na cidada do Porto em Portugal, e caminhar cerca de 300km ate Santiago em 10 dias. Os conheci no ultimo dia, em Padron, quando caminhei os 5km relatados acima e fiquei encantado, pois o objetivo de cada um e muito pessoal e unico. Nao precisamos peregrinar o caminho todo, mas sim o suficiente para atendermos nossos desejos mais pessoais, sejam espirituais ou nao. Basta estarmos aptos a abrirmos a mente e buscarmos em nossos coracoes nossos objetivos. Posso dizer que foi uma conversa muito legal, onde abri meus olhos e entendi que cada um tem seu momento de reencontro com si mesmo.


Farei o Caminho de Santiago nos proximos dois anos com certeza!


Nossa viagem durou 7 dias, mas nosso objetivo era explorar sem horario, o que nos proporcionou fazermos num ritmo frenetico toda a regiao. se voce curtiu e quer embarcar conosco nessa viagem, existem varias opcoes de roteiros e alternativas de itinerarios.


Embarque em mais essa viagem incrivel conosco ou escreva voce sua historia!


Agradecimentos: L'And Vineyars, A Quinta de Auga, DMC Galicia e Maria Ferrer

Por Marcelo Barone Cardoso

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